terça-feira, 17 de abril de 2012

Esclerose Múltipla - o que deve saber!

 O que é a Esclerose Múltipla?
A Esclerose Múltipla é uma doença inflamatória e degenerativa do sistema nervoso central, que interfere com a capacidade do cérebro em controlar funções tais como ver, caminhar, falar e outras.
Denomina-se múltipla porque:
Muitas áreas dispersas do cérebro e da espinhal medula são afetadas.

Esclerose Múltipla ou Esclerose em Placas
  • Ocorre em adultos jovens;
  • É mais frequente nas mulheres,
  • Não é uma doença mental
  • Não é Contagiosa
  • Não é suscetível de prevenção ou cura ... por enquanto!
De que maneira é que a esclerose múltipla afeta o Sistema Nervoso Central?
O Sistema Nervoso Central atua como um quadro de distribuição, enviando mensagens elétricas através dos nervos para as diversas partes do corpo.
Estas mensagens controlam todos os movimentos voluntários e involuntários do nosso corpo.
A escleore múltipla interrompe a condução normal das mensagens
A maioria das fibras nervosas normais são revestidas pela mielina, uma substância constituída principalmente por proteínas e gorduras que ajuda a condução das mensagens.

Na esclerose múltipla a mielina rompe-se e é substituída por tecido cicatricial (esclerose).
Este facto altera e pode até bloquear a condução das mensagens.
Há perda de controlo de algumas funções fisiológicas porque as mensagens não são conduzidas corretamente.
Se a lesão for moderada a mielina pode reconstituir-se

Sintomas da Esclerose Múltipla
Variam de pessoa para pessoa e ao longo do tempo na mesma pessoa.
Qualquer dos sintomas indicados pode ser devido a outras doenças.
Certifique-se com um médico
Nenhum doente sofre ao mesmo tempo de todos estes sintomas
  • Visão dupla ou descontrolo no movimento dos olhos
  • Arrastar dos pés
  • Tremor das mãos
  • Perda de controlo urinário e fecal
  • Adormecimento ou sensação de formigueiro
  • Fraqueza ou fadiga extrema ou fadiga sem causa aparente
  • Perda de coordenação dos movimentos
  • Alterações da fala
  • Perturbações do equilíbrio
  • Paralisia parcial ou completa de alguma parte do corpo
  • Distúrbios cognitivos e emocionais - fraca capacidade de concentração e perda de memória recente
  • Perturbações da sexualidade e intimidade - impotência ou diminuição do desejo sexual.
O diagnóstico de esclerose múltipla não é razão para desespero !
As pessoas com E.M. podem levar uma vida normal independente, ativa e satisfatória apesar de poderem sofrer de incapacidades ocasionais.

Há vários tipos de Esclerose Múltipla
A evolução da E.M. é imprevisível.
Algumas pessoas são muito pouco afetadas enquanto outras ficam muito incapacitadas.

Surtos- Remissão - É a forma mais frequente e caracteriza-se por surtos seguidos de melhoria total ou parcial.

E.M.Benigna - Começa por surtos iniciais seguindo-se de remissão que se mantém por 10 ou 15 anos depois.

Secundária progressiva - Começa por surto- remissão mas vém a desenvolver-se incapacidade tardiamente.

Primaria progressiva - Desenvolve-se em surtos com desenvolvimento progressivo da incapacidade.

Esperança de vida
Para a maioria dos atingidos pela Esclerose Múltipla é usualmente idêntica à das pessoas não afetadas
45% dos afetados pela E.M.continuam ativos e são auto-suficientes nas suas atividade a e durante muitos anos após ter sido feito o diagnóstico.

Que fazer ?
Por enquanto não existe cura para a Esclerose Múltipla. No entanto muito pode ser feito para ajudar os portadores a serem independentes e terem uma vida produtiva e com qualidade.

Exercício Físico / Tratamento de reabilitação
Antes de escolher o seu programa de exercícios consulte um médico, especialista em medicina Física e de Reabilitação, que supervisione os resultados e a evolução. Não faça qualquer exercício sem critério porque pode ser prejudicial.

Psicoterapia a aconselhamento
Terapia individual e de grupo ajudam os portadores e seus familiares a enfrentar as depressões, ansiedades e limitações causadas pela E.M.(os períodos de remissão, com incertezas quanto à sua duração, podem tonar a aceitação da doença particularmente difícil.

Medicamentos
A metilprednisolona encurta e diminui a intensidade do surto.
O acetato de Glatirâmero e os interferons diminuem o número e intensidade dos surtos. Para formas mais agressivas da E.M. já existem outros tratamentos disponíveis. Existem diversos medicamentos que podem servir para tratar alguns dos sintomas.

Princípios Gerais
  1. A evolução da Esclerose Múltipla é imprevisível. Uma reavaliação médica periódica é importante.
  2. Perante qualquer agravamento deve consultar imediatamente o seu médico.
  3. Deve evitar a fadiga, física e mental, e a exposição ao calor.
  4. Nem todos os problemas médicos que podem surgir são atribuíveis à E.M. O médico apreciará com precisão
  5. Face a notícias (difundidas pela comunicação social ou internet) sobre novos meios de tratamento da Esclerose Múltipla deve colher informações bem fundamentadas junto do seu médico ou da SPEM - Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla.

A utilização correta dos medicamentos prescritos dos medicamentos prescritos pelo seu médico permite reduzir o número de surtos e pode retardar o agravamento da Esclerose Múltipla.

Que Fazer?
Saiba que pode ajudar as pessoas com Esclerose Múltipla e as suas famílias.
Tomando conhecimento dos factos acerca da Esclerose Múltipla e Informando outras pessoas.
Tornando-se sócio da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla - SPEM
Aderindo voluntariamente a programas de apoio às pessoas afetadas pela Esclerose Múltipla.
Apoiando a legislação tendente à criação de condições favoráveis aos deficientes, tais como:
instalação de rampas e elevadores em todos os edifícios públicos;
facilidade em transportes públicos; eventualmente proporcionando-lhes condições e horários de trabalho compatíveis e aproveitando ao máximo as suas capacidades evitando a aposentação precoce.

Calcula-se que haja em todo o mundo cerca de um milhão e trezentas mil pessoas a quem foi diagnosticadas Esclerose Múltipla. Destas , 400.000 na Europa.
A prevalência considerando a população mundial ronda globalmente 30/100.000. Em Portugal há mais de 5.000 pessoas com E.M.
A EM aparece em jovens em idade de construir família e em inicio de carreira profissional
Apesar dos muitos esforços já despendidos a investigação é fundamental, para esta doença, já que não é ainda bem conhecida a causa e muito menos a cura.
Depois do diagnóstico muitas pessoas atravessam um período longo de afastamento em relação a cuidados multidisciplinares de saúde; e a suporte social.
A progressão da incapacidade pode ocorrer e ir passando à margem de cuidados de saúde fundamentais: depressão, alterações cognitivas, disfunções urinárias ou sexuais, etc.
As pessoas com E.M. devem manter os seus empregos o mais tempo possível embora tenham uma situação com flutuações ou progressiva/ degenerativa, o que obriga a redução de horas e/ ou adaptações do posto de trabalho.
Os cuidados paliativos não estão disponíveis nem adequados para pessoas com formas avançadas de E.M. que têm necessidades físicas e psicológicas complexas.
É vital, particularmente quando já há alguma incapacidade , que as pessoas com E.M. tenham acesso a uma equipa multidisciplinar de cuidados especializada em E.M.
As pessoas com E.M. têm muito a oferecer aos profissionais, pela respetiva experiência e conhecimento da doença.

Fonte: SPEM - Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, com apoio Sanofi Aventis

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